sábado, 26 de novembro de 2011

Acabou

          Nunca sei o que responder quando me perguntam: "Como você tá?". Como aquariana, passam mil coisas na minha cabeça em questão de segundos. Penso em simplesmente dizer a verdade, o que vier na cabeça, mas não há tempo nem coragem e quase sempre digo um "estou bem e você?".
          Dia desses uma amiga perguntou como estava:
          - E ai, como tu tá? - Ela estava tão animada e eu tão sem saco pra tudo.
          - Ah, tô bem. - Talvez, mais enjoada seria impossível.
          - Não, você não tá bem. O que aconteceu? Me fala, posso te ajudar.
          - Sinceramente, pela primeira não estou sentindo nada. É como se houvesse um vazio, uma falta de sentimentos, de amor, de tudo.
          - Você acabou de deixar uma vida pra trás. É natural se sentir assim num primeiro momento.
          - Eu acho que não. Parece que tudo que eu sentia foi embora: amor, admiração, carinho, respeito, raiva, ódio, tudo. Tudo foi embora.
          - Então você não me ama mais?
          - Não sinto mais nada por você, nem por ninguém.
          - Nossa! Isso é estranho até pra você.
          - Obrigada pelo estranha, mas a questão é que eu tô mesmo sentindo falta de sentimentos, de carinho, de amor e de amigos também.
          - Talvez você precise de um novo estimulo pra sorrir de novo. Sei lá, você precisa fazer algo diferente, você está diferente agora. Tudo que você mais queria aconteceu: deixar de amá-lo. Ou não era isso?
         - Você sabe bem o que eu queria. Eu queria deixar de sofrer por ele, nunca quis deixar de amá-lo. Eu quis parar de sofrer e o único jeito foi deixando de amá-lo. E não pense que isso foi uma decisão do meu cérebro não, porque não foi. Foi algo natural e de repente, como tudo é comigo. Eu fui dormir um dia pensando nele e no outro não sentia mais nada, como se tudo tivesse apagado enquanto eu dormia.
        - Tem tanta gente que gosta de ti.
        - Não, só tem 2. E um eu nem tenho certeza, ele só deixou sinais. E eu magoei os dois e não quero isso pra mim, nem pra eles...
        - Por você, um deles sumiria da sua vida.
        - Verdade, não nego. Mas ele foi uma pessoa legal, insistente demais pro meu gosto, mas legal. E o outro, eu queria que ele fosse apenas meu amigo, meu irmão. Ele não quis assim e acabou indo, deixando mais um vazio na minha vida.
        - E sei do que você precisa.
        - E o que é?
        - De um boa dose de você, daquela que ficou no canto por 5 anos, daquela que deixou de viver pra cuidar de alguém que jamais seria seu, daquela que chorava escondido todos os dias por não ter quem queria, daquela que foi traída pela melhor amiga, daquela que se anulou totalmente. Essa garota precisa de ajuda, precisa ser cuidada, precisa ser amada e ser amada por você. Só você pode se amar nesse momento, só você pode cuidar de você. Vamos, levanta daí e vai ver o dia amanhecer, vai ver uma nova oportunidade chegando, coisas novas surgindo. Como eu sempre te disse, por mais longa que seja a noite, o sol sempre nasce.
- Eu nem sei o que dizer. Todos esses anos eu vivi uma vida que não era minha e agora eu preciso reaprender a me amar, a me cuidar e a gostar de mim. E quer saber? É isso que eu vou fazer. Não por vingança, pra mostrar que eu posso, mas apenas pra me fazer bem. Não prometo ser algo rápido, lindo e feliz, mas prometo que será constante. Acontecerá aos poucos pra que nenhuma etapa seja esquecida ou pulada.


- Jessica

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Como está o seu joelho, Miguel?

Andava pela rua, voltando pra casa, quando avistei uma mãe com seu filho, um garotinho de uns 3 anos. Ele vinha na frente e ela logo atrás observando atentamente onde seu filho pisava. Às vezes, ela dizia: “Toma cuidado, Miguel.” “Olha o batente, Miguel.” Ele não se importava, continuava a caminhada dele como se nada o pudesse fazer parar.
Ele me viu e continuou caminhando, mas não parava de me olhar. Não viu o batente a tempo e acabou caindo. Ele não chorou, mas eu senti que queria. Levantou-se, limpou as mãos, engoliu o choro e sorriu. E eu não esperava por isso. Era um sorriso que me dizia: “Fique bem, eu também vou ficar.” A única reação que tive foi de responder ao seu sorriso com outro sorriso. E o meu sorriso dizia: “Eu sinto muito”. Ele poderia ter chorado, chamado sua mãe (que por sinal não correu pra acudi-lo, deixou que ele se levantasse sozinho), mas ele preferiu levantar-se e continuar andando e sozinho.
Passei o dia pensando no Miguel. Se pudesse o diria que joelhos ralados curam logo e no dia seguinte ele não sentiria mais dor e quando estivesse do meu tamanho, nem lembraria como aquela cicatriz surgiu. Eu também não me lembro do aconteceu pra eu ganhar tantas cicatrizes no joelho. Mas de todas as cicatrizes do meu coração eu lembro. Teve uma, Miguel, que demorou 5 anos para sarar. Eu pensei que ficaria assim pra sempre, que nunca mais ia ver meu coração consertado de novo, mas você me ajudou, Miguel. Você me disse que eu podia ficar bem se quisesse. Me ensinou a levantar, limpar as mãos e continuar o meu caminho e sorrindo. Eu ficarei bem também. Como está seu joelho? Não doí mais não é? Meu coração também não.

Jessica

domingo, 30 de outubro de 2011

Seja bem-vinda, Mariana.

E então o destino me pregou uma peça. Sentia-me sozinha, triste, sem tem com quem conversar e sem alguém pra dividir o que eu sentia. Decidi que não iria mais atrás de ninguém, não mudaria mais nada. Apenas viveria sozinha e resolvi liberar minhas angustias apenas pro papel. Esqueci que ele não fala e não me ajuda em nada, apenas lê o que escrevo e aceita. Não era disso que eu estava precisando, precisava de alguém pra dizer que eu estava errada, que eu precisava mudar, que as coisas são bem assim.
Mas escrevi  por dois ou três dias, até que não sei como alguém apareceu. Assim, como quem não quer nada. Só pra falar e conversar besteira. Às vezes, assuntos sérios. Outras vezes, só aquele despejo de pensamentos. Nem lembrava que não iria mais atrás de novos amigos. Conversei e achei que ficaria só ali, nada ia pra frente, como não estava mais indo. Que ideia boba a minha. Foi mais do que pra frente, agora está em todos os lugares. Na frente, atrás, de lado, do outro, em cima, em baixo.
E só agora percebi que a gente não faz amigos, a gente os encontra. E eles aparecem sempre quando você precisa deles. E é por essas provas que Deus me dá, que eu nunca desistirei. Vou continuar encontrando meus amigos. Seja bem-vinda, Mariana, e faça o favor de nunca ir embora.


Jessica

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

waiting...

Não sei como começar esse post, sei lá. Ando fadigada, essa é a palavra certa, fadigada. Cansada de quase tudo, só não canso de ti. Por que cansar de algo que eu amo? Não entendo porque as pessoas não se cansam, tem gente que faz tudo, fala tudo, e não cansa. Pois eu me canso e como...Tem dias que eu só quero minha cama, um chá e o pensamento lá longe. É uma maneira de desligar-me desse mundo que convivo diariamente, esse mundo tão cheio de mazelas e pessoas que acham que tem o direito de sair acabando com vida das outras, pessoas que pensam que porque tem dinheiro tem tudo, pessoas que deixam o amor sair da sua vida por coisas mesquinhas, pessoas que não merecem saber que são seres humanos. Por que se ser humano der o direito das pessoas saírem por aí fazendo tudo isso, eu quero ser um "não humano", apenas uma fantasminha que não gosta dessas coisas do mundo que são, cá entre nós, tão medonhas que chegam ao ponto de nos assustar. A gente começa a se cansar quando lutamos tanto, que um dia temos que desistir. O legal é que comigo não está sendo assim, eu estou cansada é de não lutar tanto. Ainda estou procurando maneiras de trazer quem eu gosto pra perto, bem perto...pra perto do meu coração, corpo e mente (mais ainda), ainda estou procurando uma maneira de me livrar dessas dores que me matam todos os dias, ainda ando procurando fatos pra mostrar quem errou e quem acertou (mas isso é meio difícil, eu acho). Ainda ando procurando o teu olhar que sumiu do meu, ando procurando o teu coração mimoso louco pelo o meu, ando procurando aquela paz que você me dava, e de tanto procurar, num é que estou achando...e tudo isso está me fazendo tão bem. Chega o cansaço está indo embora, aos poucos mas está. A ideia de quanto mais procuramos, menos achamos é uma mentira, pra mim é. Quando você quer, você corre atrás, isso é um clichê muito clichê MESMO. E quem tem algum amor e perdeu, corre e o ganha. Quem perdeu alguma oportunidade, vai...corre também que tu consegue. Dê chance! 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pra te acalmar

Queria tanto me debruçar no teu colo mais uma vez e ver que o mundo ao meu redor não é nada além de nós dois. Queria provar novamente do teu lábio doce e sensível que me deixava boba e sem jeito ao mesmo tempo. Queria voltar pro começo, isso. Pro começo de tudo, do momento que te amei de verdade e sem medo. Queria tentar me perdoar por tudo que te fiz e disse sem querer, agir só por impulso e pensei só no meu "eu" e esqueci que tinha um coração e que ele pertenceu a ti 5 anos; esqueci de como tu me amava, mesmo eu sendo tão complicada e mau humorada. 
Queria sentir o 'eu te amo' no meu ouvido, o sussurrar das conversas na noite vazia e tranquila. Queria ouvir o "bubu, mozi, gotosa"...Todas essas coisinhas, essas pequenezas que me deixava tão feliz e que hoje eu perdi. 


@vanessacavalc

domingo, 2 de outubro de 2011

Doçura, silêncio, FDS.

Final de semana daqueles que ninguém gosta, ou pelo menos nenhum estudante de 3ª ano. Final de semana de simulados. No sábado foi tranquilo, acordei cedinho pra resolver mil coisas, almocei sozinha no Benfica e depois fui fazer o simulado, depois vim pra casa e comecei a esperar pelo o show do Coldplay e Maroon 5. Estava mais ansiosa pra ver Chris Martin, pra quem não sabe, ele é o vocalista do Coldplay. E pra quem não sabe, essa banda marcou muitas coisas da minha vida, coisa boas e ruins. Hoje em dia tenho essa mania de julgar uma música por que me faz lembrar alguém ou algum fato  que ocorreu, sei lá.  Quando Chris Martin começou tocar e cantar,  entrei em um estado tão doce e gostoso, cheio de lembranças, e de choro eterno. Ainda ando mal em relação o meu último post. Ninguém sabe que eu estou mal, mas estou sim. É uma coisa bem apreensiva. Hoje (domingo) fui pra igreja como de costume, e meu pastor falou uma coisa muito boa, que nós temos que aprender a ficar em silêncio algumas vezes, pois só assim vamos resolver o que se tem pra resolver. E eu ando precisando dos silêncios da vida, ando precisando largar disso tudo. De ficar pensando em coisas que não são mais minhas, de fato. E hoje me deu tanta raiva, quando eu entrei num local e vi que tal pessoa quando estava escutando Coldplay, no lugar de pensar nos nossos momentos bons, ou pseudos momentos bons que passamos juntos...Não! Interligou Coldplay com essa ridícula (Desculpa, pode me julgar) mas essa guria tem nada haver, e isso não é ataque de ciúmes não. Não é mesmo. É só uma daquelas revoltas de quem perdeu algo. É tipo quando a gente perde um brinquedinho da infância, ou ele quebra... E a gente fica berrando constantemente, mas depois passa. E é claro que toda esse minha aflição vai passar, ninguém é sofredor pra sempre.  Enfim. Domingo tranquilo, como de se esperar. Amo domingos, antes não gostava, pois eu era muito eclética (ainda sou), mas hoje em dia gosto mais do meu cantinho: cama, meus pais, minha irmã, um dia ouvindo músicas ou assistindo filmes. Espero que essa semana meu lado de dentro melhore e arranje outro mar pra mergulhar, pois não está dando muito certo esses pensamentos que ando tendo em relação à você. 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A chance que não terei.

Tudo na vida tem um preço, e eu to pagando o meu. Te deixei ir embora por coisas medíocres, te deixei ir embora pra satisfazer algo que não me pertencia (se é que você me entende), te deixei ir não sei porque, tantas chances tivemos de ficar juntos, e eu nunca quis fazer desse sonho realidade de fato. Onde meu coração estava?  Será que não sabia mais amar verdadeiramente? Será que eu não sei mais se eu te amo? Oh, céus. Claro que sei, se eu não te amasse, não pensava em você quando vejo casais se beijando e vivendo uma vida à dois. Não ficava emburrada quando tu fica botando essas coisas no face amorosas pra tal pessoa. Coisas minímas, mas que me machucam um bocadinho. E depois do dia que te falei todas aquelas coisas, tu mudou comigo de um jeito tão rápido, parece que a mágoa permaneceu e não vai mais sair...E o pior eu queria outra chance, outra chance pra te ter de novo, te amar de novo...te aceitar como tu é de novo. Mas...a vida nem sempre é feita com coisas que queremos. É feita de lutas e perdas, e eu perdi você. 


@vanessacavalc

sábado, 3 de setembro de 2011

É só raiva.

Não é ciúme não. É raiva mesmo, raiva de ter sido jogada fora quando não servia mais. Raiva de ter sido excluída da sua vida por um desentendimento. Raiva de só servir pra ajudar. Só raiva mesmo. Sabe aquela sensação de que você não é nada, que você é uma idiota e estão todos rindo da sua cara porque brincaram com os seus sentimentos e nem pra se tocar disso você serve? Pois é, estou me sentindo assim. Repito: Não é ciúme não. É só raiva mesmo. É só aquela vontade de sair batendo em todo mundo pra ver se resolve, mas sou madura o suficiente pra entender que isso não adianta. E sou criança e orgulhosa o suficiente pra deixar tudo como está, como se nada tivesse acontecendo. Não, não estou gostando desse silencio, não estou gostando de não ter mais sua amizade.


            Eu sei que nada vai voltar a ser como era antes, mas eu sinto falta das conversas ‘cabeça’ de todo dia, dos pedidos de ajuda de todo dia, das conversas sem assunto que nunca acabavam de todo dia. Sabe como é, né? Essas coisas sempre nos fazem falta. Por mais que a gente saiba que são elas o motivo do sofrimento de agora, a gente sempre quer que elas voltem.


É sempre bom achar que tem um amigo ali pro que der e vier, mas é altamente cruel quando amigo deixa de ser seu amigo sem motivos, como se tivesse descoberto um grande podre da sua vida. Excluir é a melhor decisão? Fazer de conta que não existe é a melhor opção? Eu prefiro acreditar que não e quero acreditar também que isso não vai mudar ou apagar o que conversamos, confidenciamos, o que sentimos. Muito pelo contrário, as ‘não conversas’ vão te deixar um vazio enorme, quase impreenchível, as confidencias vão se perder no tempo e então todos vão saber de tudo, os sentimentos vão te perturbar como uma ferida que lateja noite e dia. Eu sinto muito, mas se era paz que você queria, é guerra que você vai ter.


É sempre cruel quando você sabe que a única opção disponível pra conversar na madrugada, que nem se importam se você está se sentindo bem ou não, que você esta ali só pra servir de companhia na madrugada silenciosa e triste. Ainda sim resisto e não vou dormir, fico ali sempre pronta pras conversas que não levam a lugar nenhum. Uma vez ou outra faço um trabalho, mas sempre continuo a conversa. Pode até ser que não seja assim, mas não posso mudar o que se passa pelo meu coração e pra falar a verdade, ele sabe mais de mim do que eu mesma.


É sempre cruel ser a ultima opção quando o assunto é diversão. É talvez a culpa seja minha por estar sempre ali pra ajudar, por nunca querer passeios agitados, por ser chata mesmo. Mas é questão é que um pouco de consideração sempre faz bem sabe? E é sempre bom avisar aos seus amigos que você se lembra deles, que você quer a companhia deles. Não tenho nada contra seus novos amigos, sou contra sua falta de compromisso com os velhos. Sim, amizade também é um compromisso. Qualquer tipo de relacionamento exige um compromisso. Então, o que seria amizade? Só alguém que te ajuda quando precisa, outro alguém pra sair com você nos finais de semana, alguém pra passar o intervalo das aulas ao seu lado, outro alguém pra conversar no msn? Falem o que quiser, mas eu prefiro mil vezes ter um único amigo que seja todos esses ‘alguéns’ do que vários amigos pra preencher esses ‘alguéns’.  Desculpa se exigi atenção demais, se fui egoísta demais. Mas espero sinceramente que você tenha encontrado um alguém pra preencher a vaga de ajudante dos seus problemas. Porque eu vou procurar um amigo pra preencher meus ‘alguéns’.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

- Jessica, o que foi? Você parece triste.

 É incrível como as pessoas que tem pouca convivência com a gente conseguem acertar nosso pensamento melhor do que as que estão mais “próximas” de nós. Fiquei surpresa com a pergunta e naquele lugar eu tinha que disfarçar tão bem o que sentia que na hora até achei a pergunta um pouco boba. Em frações de segundos antes de responder pensei em tudo que era possível de falar, avaliei bem minha reposta.
Pensei na resposta mais verdadeira que poderia dar, em tudo que eu realmente estava sentindo. Em dois segundos, passou tudo pela mente:
- É eu estou triste mesmo, sabe? Eu queria me afastar de uma pessoa, pois ela não estava me fazendo bem, mas ela tá com um problema enorme e esse meu senso de solidariedade não deixa ninguém na mão. Nem meus inimigos mais íntimos. Dia desses, porem, eu li uma frase que dizia mais ou menos assim: “inimigos são amigos que se esqueceram de te amar.” E é verdade, ele se esqueceu de me amar. Mas tá tudo bem, sabe? Eu tô tranquila, vou ajudar essa pessoa. Vou dar o melhor de mim e vou seguir o meu caminho. Eu sei que parece que eu tô mentindo. Não sei se você sabe, mas eu já disse isso pra todo mundo milhões de vezes, chego até a ser irritante com esse assunto pertinente, que não acaba nunca. Mas fazer o que? Eu preciso conversar com alguém sobre isso. Se você puder me ajudar e me ouvir, eu agradeço, pois ninguém mais aguenta me ouvir. Me sinto sozinha, parece que as pessoas só correm atrás de mim pra pedir ajuda e quando eu preciso de um conselho todos somem. Pois é, esse é mais um motivo dessa tristeza toda. As pessoas que eu achava que eram minhas amigas, simplesmente sumiram. Depois de tudo que eu fiz como elas puderam? Eu não deveria esperar nada das pessoas, mas a gente sempre espera não tem jeito. Quem dizer que não, tá mentindo. Pelo das pessoas que a gente ama a gente sempre espera alguma coisa em troca, nem que seja um muito obrigada. Você acha que eu deveria ajudá-lo ou fazer de conta que não tá acontecendo nada? Eu não sei o que fazer. as pessoas não me dão uma resposta objetiva. Eu não aguento mais pensar sobre isso. Vez por outra eu tomo coragem e digo que não posso ajudar, pela minha saúde física e mental. Invento mil motivos pra dizer um não, depois fico me sentindo mal, sei lá. Parece que eu vivo pra ajudar as pessoas. Ai, eu te pergunto: quem me ajuda? Quem cuida de mim? Quem chega pra me dizer que tudo vai ficar bem? Ninguém, essa pessoa nunca chega. Eu tenho que ser forte e ajudar a mim mesma. Me conformo pensando que sou autossuficiente. Cuido de mim e não preciso de ninguém, mas não é bem assim. Nós não nascemos para ser solitários, morreríamos se tivéssemos que viver sozinho, que aguentar tudo sozinhos. Eu me sinto meio morta, sabe? Alguém precisa cuidar de mim. Mas fala de você. Como você tá? Seu namorado tá bem? Vocês ainda estão juntos?
Durante os dois segundos que pensei, só consegui responder:
- É impressão sua, eu estou bem.

- Jessica Pimentel.

domingo, 14 de agosto de 2011

Love ♥

A gente sonha tanto né? Ama tanto, quer tanto, é tudo muito "tanto". Acho que nós somos feitos assim: cheio de sonhos mesmo. Cada coisinha que nós sonhamos, fica guardado no lugar mais precioso do mundo: no coração. É lá que ninguém pode roubar os sonhos. Mas, eu não vim aqui pra escrever sobre sonhos não...vim pra falar do meu amor. Bom, sabemos que sobre o amor não podemos falar, mas podemos falar do amor que sentimentos por algo, alguém e etc etc.
Eu sempre gostei muito das coisas e das pessoas, sempre me apeguei as pessoas doces, amáveis, carinhosas, atenciosas, e amigas. Sempre fui amiga, sempre me dediquei muito (mesmo algumas pessoas não dando valor pra tal ato), e como qualquer pessoa eu tenho um amor, que nunca vou esquecer (é, acho que não)...alguém que sempre esteve comigo em todos os momentos da minha vida, mesmo longe...mas sempre esteve me amando e dizendo que sou a mulher da sua vida. Ele é tão carinhoso, tão amoroso, tão simpático. Dono do olhar mais meigo que já vi, e dos lábios mais doces que já ousei beijar. Ele sabe se comportar diante dos fatos mais difíceis, sabe falar com as pessoas como se fosse um senhor de outra época, ele é um verdadeiro cavalheiro. Às vezes é meio chato, meio desajeitado...mas isso tem um porque, ele é do metal. Tem coisas que eu não gosto nele, como me deixar esperando, como olhar pra mim demais, não me beijar toda hora, todo segundo. O meu amor tem gostinho de flor, de doce, de verdadeiro amor. Nós somos altamente diferentes, mas até isso eu suporto. Só não suporto mais ter que ficar 24 horas sem teu cheiro junto do meu, sem teus lábios e sem tua voz calma e roca dizendo coisas no meu ouvido...
Nós passamos o dia sonhando com nossa casa, nossas viagens...na bagunça que o outro vai fazer, quem vai cuidar dos filhos, quem vai dá aqueles carões quando a menina engravidar. É tanta coisa, tu é tão lindo. E cada vez que se passa os anos, eu te quero logo aqui comigo...quero que as coisas se resolvam logo, até agente ficar de vez juntos.
Eu gosto quando tu escreve aqueles textos lindos pra mim, quando me chama de bubu, quando diz que eu sou ciumenta, quando fica se segurando pra não brigar comigo (e me deixa brigar contigo), quando fica mexendo nos  meus cabelos e dizendo que eles são cheirosos. Ai meu grande amor...se eu fosse falar do meu amor, passaria anos e anos escrevendo, e se eu fosse colocar todos nossos sonhos aqui, não caberia.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Crônicas de ônibus

          Eu voltava pra casa pensando que eu deveria crescer, procurar outros caminhos, deixar o medo de lado, me tornar mais independente. Quando pensava em como fazer isso, uma menina de mais ou menos cinco anos entra acompanhada de sua mãe. Ela estava com o braço engessado. Tinha carinha de sapeca e sorria pra quem olhasse. Sentou-se no colo da mãe.

E logo um senhor sentou-se ao seu lado. Perguntou a menina como conseguiu aquele gesso. Ela desatenta, não respondeu. Coube a mãe disser o que tinha acontecido. A menina havia caído. O senhor então, disse que ela tinha mesmo carinha de danada.

                Começou a contar de sua filha, Isabele, que foi adotada. Com a possibilidade de ouvir uma boa historia, a menina esqueceu tudo que passava lá fora e atentou-se para o rosto do homem. Ele contou que quando sua filha ainda era pequena a mãe contou à menina que ela tinha vindo de outra família e junto com ela tinha vindo uma carta que dizia: “Isabele é um tesouro, cuidem bem dela.” A menina cruzou os braços e exclamou: Não sou um tesouro! A mãe foi explicar a garotinha o que era um tesouro, até que ela aceitasse que tesouro era uma coisa boa.

                - Como é seu nome? - Perguntou o senhor a menina que o olhava atentamente. Criança adora histórias, principalmente se contadas por senhores com cara de vovô.

                - Nayara.

                A conversa parecia ter parado ali, mas com a mesma simpatia de sempre, o senhor começou a falar do tempo. Disse que iria passar o dia chovendo. A mulher disse que estava agradável o dia. A menina olhava atentamente para o mundo fora da janela do ônibus. A cidade está em obras, passando por muitas mudanças. Os grandes olhos da menina se enchiam cada vez que passava por aquelas máquinas enormes e fortes. Parecia tudo tão incrível, como só as crianças conseguem achar.

                Era o tempo nublado, o ônibus lotado, engarrafamento por toda parte, quase 6h da tarde e mesmo assim ela sorria e achava tudo encantador. E eu só queria que tudo que tinha ido fazer tivesse dado certo, que os caminhos mudassem pra que eu pudesse, de novo, achar tudo incrível e não me importar com o tempo.

                - Com licença, vou descer na próxima.



- Jessica

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Falta muito pra acabar?

- Mãe, falta quanto tempo para o ano acabar?
- Uns 7 meses. Seis meses e meio, filha. Por quê?
- Então daqui a seis meses e meio vou ficar de férias da escola?
- Antes disso, filha.
- Ah, só faltam seis meses e meio.
 E ainda com aquela cara de boba por SÓ faltar seis meses e meio a menina ficou olhando para fora da janela do ônibus. Imagino que estava pensando que seis meses demoram muito, quase uma eternidade.
Semana passada também estava pensando nisso quando voltava para casa. Era sexta-feira, quase 8 horas da noite e eu agradecia a Deus por estar chegando em casa quando vi alguns meninos brincando na rua de futebol e meninas sentadas conversando e rindo. Aquelas panelinhas que existem quando somos crianças. Eu lembrava que chegar no fim de semana era difícil, que ficávamos dias sem ter o que fazer, que o tempo sobrava pra tudo. eu adorava a sexta porque era um dia que eu tinha certeza de que meus pais iam sentar na calçada e eu ia poder ficar lá olhando as outras crianças brincarem. Nunca gostei de participar, sempre gostei de observar, mas tinha dias que faltava alguém no time de carimba e eu ia jogar um pouco.
Hoje, a semana passa rapidamente, os anos então nem se fala. E olha só, eu mesma já tenho vinte anos. Dez anos mais cedo, eu sentava na calçada pra ver o tempo passar, me imaginava dali dez anos. Lembro bem que queria já estar morando sozinha, formada (sem noção dos anos que levava pra se formar na faculdade), rica e independente.
Criança imagina cada coisa doida. Esses sonhos eu ainda tenho, mas mudaram os prazos. Formada só daqui dois anos. Morando sozinha só daqui 9 ou 10 anos e rica daqui uns 15 anos, quem sabe.
Bons tempos em que a única preocupação da semana era a de torcer pros meus pais sentarem na calçada depois do jantar. Hoje as semanas ainda passam rápido, mas a preocupação maior é que a sexta chegue logo pra eu poder dormir mais ou simplesmente pra ficar em casa e fazer tudo aquilo que não deu tempo de fazer durante a semana.
Ainda sento na calçada e me imagino daqui dez anos. Quando esse tempo passar, talvez eu volte pra contar como tudo está. Como o mundo mudou, como meus sonhos se modificaram, quantas vezes eu errei, quantas vezes eu acertei. O que mais eu quero.





- Jessica

domingo, 17 de julho de 2011

Passado tão presente.

Depois de 2 anos você resolveu voltar, pra deixar meu coração todo perturbado, todo confuso, todo medroso, todo alegre, todo cheio de amor e paz. Eu sei que esse teu jeito me faz bem, me deixa tão feliz por viver, mas eu não sei se tudo isso é certo, se tudo isso que agente faz é certo, eu sei que, eu não gosto muito de coisas certas, gosto mesmo é de aventura, mas desse jeito que tá eu não aceito.
Você sempre esteve tão presente nos meus dias, mesmo eu não sabendo. Sempre estava ali vendo o que eu fazia, o que eu pensava e sofria por não estar comigo, e eu também, de uma forma ou de outra via e sofria. E os nossos planos? Ah, os nossos planos...tão perfeitos, tão...enfim. Eu só não queria que essa estória ficasse tão confusa pra mim, eu só queria que esse passado ficasse mais presente, ou virasse realmente um passado.


Música do dia: Marcelo Camelo - Janta "Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá."



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vende-se preguiça

- Com licença, moço, me chamo Rafa e gostaria de fazer um depósito de preguiça.
- Rafa, não fazemos esse tipo de depósito.
- Mas aqui não é um banco?
- É sim, mas só depositamos dinheiro.
- E onde eu posso trocar preguiça por dinheiro?
- Creio que em canto nenhum, querida.
- Como assim, moço? Tá querendo me dizer que eu vou ter que ficar com essa preguiça pra sempre?
- Se você fizer exercícios físicos talvez ela vá embora.
- Tá me chamando de gorda?
- Não, querida. É que exercício faz bem pra saúde e aumenta a disposição. Você pode praticar um esporte. É divertido na sua idade.
- Ah, mas eu tenho muita preguiça pra começar a fazer exercício físico e mesmo não tenho dinheiro pra praticar esportes. Se eu pudesse vender, sabe? Eu até que iria, mas você disse que não dá. Você tem certeza de que não há um banco que aceite depósito de preguiça?
- Tenho sim. Não há um banco no mundo que aceite.
- Ok, obrigada.
 Saiu de lá pensando que aquele homem só poderia estar louco. Sua mãe lhe disse que tinha preguiça pra dar e vender. Como ele não poderia ter aceitado sua preguiça? Tentou em outros bancos, mas a resposta era sempre a mesma.
Voltou pra casa triste e com a sensação de que levava mais do que seu peso. Peso demais pra doce menina de sete anos. Chegou e entrou com os ombros caídos, cabeça baixa e uma tristeza que parecia ser profunda. Afundou no sofá e cruzou os braços. Estava transtornada por não poder trocar preguiça por dinheiro. Pensou que os adultos eram uns bobos e que não valorizavam o que tinham dentro de si. Afinal, pensava ela, pra quê servia tanta preguiça se ela não poderia vender? Antes de começar a fazer beiço para chorar, viu sua mãe e foi logo contando:
- Mamãe, fui ao banco hoje.
- Você foi ao banco com quem, minha filha? O que você foi fazer lá, querida?
- Sozinha. Queria vender minha preguiça. Você disse que eu tinha preguiça para dar e vender. Fui tentar vender, mas o moço não quis comprar.
 A mãe sorriu e chamou a menina pra sentar. A garotinha não gostou nada do sorriso que a mãe deu. Sentiu-se enganada, mas foi conversar com a mãe. A mulher, já com seus primeiros cabelos brancos, explicou pacientemente a menina que o que ela falou era apenas uma expressão enquanto passava carinhosamente a mão em seus cabelos lisos. Tudo aquilo não tinha exatamente aquele sentido. Ela apenas quis dizer que a menina era bem preguiçosa, tanto que se pudesse, daria e venderia sua preguiça.
Ainda chateada a menina conformou-se com a resposta da mãe. Foi para o quarto. Pegou seu caderninho de segredos e lições. Fez mais uma anotação: “Lembrar que quando for adulta, dizer as coisas exatamente como devem ser ditas, sem ‘expressões’.”


- Jessica

Passageiro.

Tem coisas na vida que são tão passageiras, que a gente acaba  se acostumando e nem ligando pro tal fato. Não que sejam passageiras de fato, é que quando algo entra na rotina da vida, acaba caindo no esquecimento. Já dizia o escritor Caio Fernando Abreu "quem não é visto não é lembrado". Quando passamos vários dias, meses ou até mesmo anos sem ver tal pessoa, acabamos esquecendo, não porque nós queremos esquecer, mas é que as lembranças vão sumindo. Antes eu era diferente, eu corria atrás de todo mundo, quando as pessoas meio que iam embora da minha vida, eu ia sempre atrás delas, procurava sempre agradar, mas hoje em dia meio que tudo mudou. Não que eu abra mão dos meus amigos, mas tem horas na vida que você tem que desistir de algumas pessoas, pra ver se elas são realmente nossos amigos. E eu comecei a desistir, fui desistindo compulsivamente, até que chegou no momento que eu vi quem era meus amigos realmente, não chegou a doer muito, mas doeu um pouco...Foi a partir daí que eu vi que eu tinha que botar tudo no lugar, separar minhas amizades, como se separa as maquiagens, tudo no seu devido lugar, no seu devido cargo, ou eu ia começar a sofrer muito, e isso hoje em dia estou evitando. Enfim, fui separando minhas amizades, desistir de vez de algumas pessoas, e francamente hoje, elas não me fazem nem uma falta, claro que, eu lembro de algumas pessoas, pois lembranças não se apagam facilmente, e eu fiz questão de guardar só as coisas boas, o meu jeito doce não permite eu guardar as coisas ruins, mas é tudo passageiro, a vida é feita de coisas momentâneas. Amigos vem e vão (alguns, é claro). O pouco de amigos que tenho hoje, já me faz feliz extremamente, e esses que me restaram, faço questão de regar todos os dias.


- Vanessa